O caso de duas irmãs se tornando extremamente obcecadas por mim depois que eu as salvei (Novel) - Capítulo 23

Capítulo 23: Três

“… — Uaah.

Sexta-feira à noite, depois da escola e antes das férias.

Eu estava no banho, me lavando, então soltei um suspiro.

Estar sozinho assim me fez lembrar daquele incidente.

Um intruso tentou prejudicar a família Shinjo e, depois que o incidente foi resolvido, de alguma forma acabou mudando drasticamente a minha vida.

Arisa, Aina e Sakuna-san, todos os dias eu era banhado de calor e bondade pelas três… No começo fiquei perplexo, mas agora estou começando a me sentir confortável com essa mudança.

Naquela época, eu costumava dormir na minha casa sozinho, solitário, mas agora sou abençoado por ter alguém ao meu lado na hora do jantar.

Com o calor que recebo, me sinto seguro e, o mais importante, não me sinto mais sozinho… haha, enquanto estou no segundo ano do ensino médio, provavelmente é um pouco afeminado pensar dessa maneira, mesmo assim, eu nunca gostaria de deixar esse calor. Não é como se elas estivessem substituindo meu pai ou minha mãe de forma alguma, é porque estou realmente confortável com o calor que elas me dão.

“… — Eu me pergunto o que é esse sentimento?

Há uma parte de mim dizendo que não preciso pensar sobre isso, e outra apontando que está tudo errado. Não sei mais o que é certo ou errado, estou apenas aceitando as mudanças trazidas à minha vida.

“… Para ser honesto, de alguma forma sei o que isso significa.

Mais cedo, quando eu disse que as meninas dependiam de mim…

É difícil não notar o carinho depois de todas as coisas que fizeram por mim. Mas esse carinho é um sentimento que foi incutido nessas meninas por causa do que aconteceu. É um sentimento que elas normalmente não teriam, então talvez eu não devesse levar a sério… Quanto a Sakuna, acho que ela realmente quer cuidar de mim.

“……”

Sei lá, no fundo acho que isso não pode durar para sempre. Estou com raiva de mim mesmo por não fazer nada além de aceitar seus favores. Posso estar apenas fingindo que não quero deixá-las tristes, negando o pedido delas, e que estou me forçando a ignorar o fato de que não quero que elas me deixem…

Enquanto eu estava me preocupando impotente assim — então ouvi a voz de Aina.

— Hayato-kun? Você já está mergulhando na água?

“… — Ainda não, ainda estou no meio da lavagem.

Ah, isso não é bom.

Tenho pensado muito sobre isso, tanto que não me movo um centímetro há algum tempo. É quase inverno, então se eu continuar assim, com certeza vou pegar um resfriado.

Aina vai tomar um banho depois disso, então eu deveria me apressar e me aquecer e sair imediatamente.

— Permita-me me juntar a você então. Será mais rápido assim.

“… — Hein?

Hmm, acho que acabei de ouvir algo que não deveria…

Depois dessas palavras, ouvi o som de roupas sendo tiradas.

De jeito nenhum, por que, o que você está pensando, Aina-san?

Como se para me encurralar, que estava em pânico, a porta que me separava de Aina se abriu.

— Desculpe por incomodá-lo♪

— Esper- Ehhhh?!

Ali na minha frente estava uma visão que espantou todas as preocupações que eu vinha tendo até aquele momento.

Aina, com apenas uma toalha de banho enrolada em seu corpo, veio bem ao meu lado, fechando a porta e depois dizendo: — Está frio.

“……”

Sou um pervertido se não consigo tirar os olhos de Aina enquanto minha boca fica aberta?

Acalme-se, eu não deveria perder a paciência. Então voltei a mim e rapidamente desviei o olhar de Aina, ela riu e se virou atrás de mim.

— Eu não acho que haja necessidade de ser tão tímido sobre isso, Hayato-kun. Já dormimos juntos no mesmo quarto, sabe?

— Isso e aquilo são coisas diferentes…

— Vamos, desista já~!

Com uma voz alta, Aina se agarrou às minhas costas.

Ela me abraçou com os braços em volta do meu estômago, eu podia sentir a coisa macia tocar minhas costas o máximo possível. Senti uma estranha sensação de cócegas quando nossa pele se tocou.

— Vou lavá-la para você. Dê para mim.

— Humm, sim.

Pelo que aprendi, se você deixar os humanos fazerem o que quiserem, eles acabarão se acalmando.

Passei a toalha de espuma na mão para Aina, e ela começou a lavar minhas costas enquanto cantarolava uma melodia.

— Hmnhmm~n♪ hmnh~nhmhmn♪

Parece uma música que ouvi em algum anime…

Mas não havia tempo para pensar nisso nessa situação. Em contraste com Aina, que parecia estar se divertindo, permaneci em silêncio e esperei o tempo passar sem falar uma única palavra.

— Vou enxaguar agora.

“… — Ok.

Água quente derramou sobre meu pescoço, e senti a espuma se esvair muito bem. Aina de repente me abraçou novamente.

— Desculpa. Deixe-me ficar assim por um tempo.

— … tá.

Meu coração estava disparado. Então, de repente, minha mão se moveu para a mão dela, que estava no meu estômago.

Depois de ficar por um tempo, Aina sussurrou para mim,

— Hayato-kun, suas costas são grandes, muito grandes. Talvez porque sejam as costas de um menino… são as grandes costas que nos protegeram naquela época. Não posso deixar de me apaixonar por isso de volta.

“… — Aina?

Aina então deu um pequeno murmúrio no final, riu e trocou de lugar comigo. Eu queria sair imediatamente, mas ela bloqueou minha fuga, me dizendo que eu precisava me aquecer adequadamente.

Mergulhei na banheira e me aqueci, desviando o máximo possível os olhos de Aina enquanto ela lavava o corpo.

— Tudo bem, bem, vou entrar então♪

A banheira era mais do que suficiente para duas pessoas.

Embora eu tivesse uma toalha na cintura, Aina não estava usando uma toalha. Então, se eu olhasse para ela um pouco, eu seria capaz de ver tudo dela.

Embora muitas coisas já tenham acontecido até agora, esta foi a primeira vez que ficamos nus juntos assim.

“… — Hm.

— Fufu, isso te incomoda?

Quando cheguei a Aina, a encontrei olhando bem nos meus olhos.

Aqueles olhos vermelhos olhavam para os meus e eu não conseguia desviar o olhar. Seu lindo cabelo castanho está molhado e grudado na pele, e sua figura voluptuosa é claramente visível através da água. Sua pele branca é tão saudável que me faz pensar se uma garota tão bonita está realmente comigo…

— Eu também estou envergonhada, sabe…? Mas se você está perguntando, por que eu entrei no banho com você? Há apenas uma razão, porque eu queria tomar um banho junto com Hayato-kun!

— Você está vindo direto para mim…

— Mas ainda assim, isso não é suficiente. Você vê Hayato-kun, eu não posso engravidar só com isso.

— O que disse?

Quando joguei aquele Tsukkomi nela, o rosto de Aina ficou vermelho antes que eu percebesse.

Mas ainda assim, a palavra “gravidez” não é boa para o meu coração, especialmente nesta situação. E ela está se contorcendo, era demais para meus olhos absorverem…

De alguma forma, encontrei Aina segurando minha mão direita sem que eu percebesse. O que cortou minha fuga dessa situação.

Mobilizei meus pensamentos racionalmente ao máximo e usei todos os meus nervos para evitar ser sobrecarregado.

Ela falou de mim? Ela chamou meu nome, certo? Para ser honesto, olhar para ela segurando minha mão com aquele sorriso, me faz pensar que isso deve ser uma ilusão.

“… — Ei, Hayato-kun. Gostaria de saber mais sobre sua mãe e seu pai.

— O quê?

— Você não quer?

— Não, está tudo bem.

Em um momento como este, eu sinceramente aprecio a oferta de falar sobre qualquer coisa que não seja a situação atual.

Isso ajudou a me distrair e, mais importante, me deixou feliz em saber que ela queria saber sobre meus pais.

Eu não sei o que é esse sentimento, mas não vamos nos preocupar com isso por enquanto, vamos?

— Deixe-me pensar…

Mas sobre o que devo falar?

Com Aina me encarando esperando que eu dissesse algo, contei a ela algo que nem havia contado a Sakuna-san.

— Geralmente são apenas seu pai e sua mãe comuns. E não apenas meu pai e minha mãe, mas a família do meu pai também me odeia por uma razão ou outra.

— O quê? – Jura?

Ela revirou os olhos e eu balancei a cabeça.

— Por que eles me odeiam, você pergunta? Porque meu pai não obedeceu aos desejos de sua família, só isso.

— Meu pai conheceu minha mãe na faculdade e eles ficaram juntos e se casaram. Estou surpreso que eles passaram por tudo isso, mas… é meio normal.

— Sim.

— Eu não sei muito dos detalhes, mas parece que a família do meu pai está bem de vida e tem um bom negócio, então eles estavam procurando alguém para se casar com meu pai sem contar a ele sobre isso. Ouvi dizer que ela era uma boa jovem e que eles esperavam uma grande conexão depois do casamento.

“… — Ah, então é assim.

Sim, meu pai escolheu se casar com minha mãe em vez de seguir os desejos de sua família.

É por isso que seus pais o deserdaram, eles nem querem ver minha mãe ou eu.

— Eu tive a chance de vê-los uma vez, e eles insultaram a mim e minha mãe. Mamãe agiu como se nada tivesse acontecido, mas eu a vi chorando naquela noite.

“… Hayato-kun.

Eu estava na escola primária na época, mas fiquei na frente deles para proteger minha mãe que havia perdido meu pai. Nunca mais os vi, mas lembro daquela noite em que minha mãe me abraçou e disse:

— Hayato-kun, suas costas são grandes, muito grandes. Assim como ele, sua mãe está tão feliz por ter você.

Vi minha mãe derramando lágrimas e, por algum motivo, chorei muito também… Levei um bom tempo para superar isso naquele momento. Mas esse incidente me fez perceber que eu tinha que proteger minha mãe sozinho.

— Mamãe costumava me dizer para deixá-la me mimar. Ela disse que as crianças devem ser protegidas por seus pais. Mas depois que vi minha mãe chorando, isso me veio muito à mente. Decidi que nunca a deixarei chorar, vou protegê-la até sozinho.

… Um pouco sombrio, não é?-

Enquanto eu pensava nisso, Aina estava estendendo a mão e enxugando as lágrimas dos meus olhos…

Aparentemente, as lágrimas estavam escorrendo enquanto eu me lembrava daquela época.

“… Entendi. Então acho que você tinha razão. Acho que finalmente entendi por que suas costas parecem tão grandes, Hayato-kun. Sim, não é de admirar que eu goste de você… Como posso não gostar de um cara tão legal?

Aina fechou os olhos uma vez, depois se decidiu a fazer algo e depois abraçou minha cabeça gentilmente.

— Você vê Hayato-kun, você é uma pessoa muito forte e gentil. Mas acho que você também está… solitário.

“…”

— Essa solidão, deixe-me… deixe-nos preenchê-la para você. Nunca faremos você se sentir sozinho, aceitaremos você a qualquer hora, em qualquer lugar. Então… afogue-se em nós.

Afogar… as palavras entraram no meu cérebro como uma droga doce.

Olhei para cima e lá estava ela, Aina, olhando para mim com os olhos cheios de compaixão. Olhei naqueles olhos, procurando-a impotente como uma criança perdida…